Sempre mais que um — Erin Manning
subtítulo: A dança da individuação
PRÉ-VENDA: até 25/11/2024
AVISO IMPORTANTE: a pré-venda terá os envios dos pedidos a partir do dia 25/11/24.
A filósofa do movimento, Erin Manning, explora neste livro a ideia de que o afeto é coletivo. Ao enfatizar que o afeto não reside no indivíduo, é colocada em primeiro plano uma teoria do afeto que dialoga com o conceito de individuação de Gilbert Simondon e, mais especificamente, com o conceito de pré-individual. O pré-individual está alinhado com o que Gilles Deleuze chama de “uma vida” — a força de viver além da própria vida. Esta força da vida é o campo ressonante do exterior da vida, o mais-que da vida humana, onde o corpo é apenas uma superfície limítrofe no campo da experiência, onde o corpo é sempre mais do que Um. A mais-que-Unidade do corpo é sempre coletiva, dividindo-se entre o bem-estar e a vida vital. É aqui, nesta conjuntura virtual-real, que reside a força do afeto, ativando com isso o devir-corpo.
SEMPRE MAIS QUE UM — Erin Manning
Manning indica no título do livro a imagem das reticências, como se a tudo pudéssemos ter sempre outras percepções além daquelas distribuídas na sociedade perante os contratos linguísticos de leitura de mundo que realizamos para nos comunicar e "fingir" que nos entendemos e que conhecemos o que nos rodeia.
Partindo da percepção autista e da linguagem individual elaborada no ente da experiência do corpo na experimentação dos espaços, a também artista da dança elabora, conjuntamente da “individuação” proposta pelo filósofo francês Gilbert Simondon, uma filosofia do processo, como o filósofo britânico Alfred North Whitehead, ao conceber que o autista desenvolve uma dança própria, erguida com signos engendrados nos exercícios não comunicados de percepção das experiências individuais. É por isso que, prepositivamente, Manning inverte a lógica e desconstrói as predefinições sociais coletivistas para conceder à própria individuação uma realização coletiva e, portanto, uma ecologia para alteração da percepção.
Manning estende os conceitos de movimento e relação desenvolvidos em seu trabalho anterior, Políticas do toque: sentidos, movimento e soberania (também publicado pela GLAC edições), para a noção de "pensamento coreográfico". Ela usa o pensamento coreográfico para explorar um modo de percepção que ocorre antes da liquidação da experiência em categorias estabelecidas da filosofia cartesiana. Manning conecta isso a ideia de "percepção autista", descrita pelos autistas como a consciência de um campo relacional anterior a chamada tendência neurotípica de "chunk", a experiência em sujeitos e objetos predeterminados.
Os autistas explicam que, em vez de distinguir imediatamente objetos uns dos outros — como cadeiras, mesas e humanos — ao entrar em um determinado ambiente, eles experimentam o ambiente como se o mesmo tomasse sua forma gradualmente. Manning sustenta que esse modo de conscientização está invariavelmente subjacente a toda a percepção. O que percebemos nunca é primeiro um sujeito ou um objeto, mas uma ecologia. Deste ponto de vista, a autora propõe que consideremos uma política ecológica na qual o movimento e a relação têm precedência sobre categorias predefinidas, como o neurotípico e o neurodiverso, ou o humano e o não humano.
O que significaria abraçar uma política ecológica de individuação coletiva?