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 GLAC 

editora

GLAC é uma palavra aglutinante, uma palavra que entala na boca do estômago. É uma onomatopeia, é o som de uma gosma, de uma meleca em colisão com uma superfície lisa. Por isso suas letras se apresentam assim grudadas, inseparáveis. É uma palavra-tiro que emperra, que explode em si mesma. E é essa a radicalidade que queremos incrustar em quem nos lê.

A GLAC edições surgiu de modo experimental, em 2016, por meio da publicação “Em vista de uma prática ready-made”, uma coletânea de textos da coletiva de arte francesa Claire Fontaine; e pela  organização do primeiro seminário do programa de debates “Cidadãos, Voltem pra Casa!”, que teve lugar na Oficina Cultural Oswald Andrade.

 

Depois de certo período sem atividades, retomou suas práticas em 2019, com um projeto de publicações que se voltam à crítica e subversão política do cotidiano, viabilizando escritas e programas de caráter autonomista por meio da edição e tradução de autorias anônimas estrangeiras, autories nacionais, coletivos, artistas e intelectuais, como forma de debater radicalismos e, principalmente, a importância de uma escrita subjetivo-política que impulsione a quem nos lê à autodeterminação.

logo - figura de exílio

Ditadura Nunca Mais - Post Instagram_Pag
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Em novembro de 1973, em meio à repressão da Ditadura Militar, foi lançada em São Paulo a primeira edição do Jornal EX-, uma publicação totalmente independente, integrada por jornalistes, editories, fotógrafes e escritories que foram demitides, perseguides ou mesmo expulses de seus trabalhos por conta do regime em vigor, formando uma equipe na qual todas as pessoas eram ex-alguma-coisa.  O jornal, que se manteve ativo até o final de 1975, veiculou textos diretos e contundentes, recheados de muito sarcasmo, ironia e o extenso uso de colagens e fotografias como forma de comunicar seu conteúdo. Na sua primeira edição, a imagem de um homem de paletó correndo em direção contrária ao leitor -  o seu contorno sobreposto a um fundo preto -, se fez recorrente na assinatura de praticamente todas as matérias apresentadas. Quando tomamos contato com o jornal, a figura desse sujeito nos surpreendeu. A sua aparência, o seu mistério, foram pulsantes aos nossos olhos. Afinal, é possível compreender o porquê de qualquer pessoa, fosse naquele período, seja agora, querer fugir. Essa figura, que vai em direção ao insabido, ao incerto, ao desconhecido, sem nenhum reconhecimento social, representa a muites de nós: ela se exila porque já está exilada. Hoje, mais do que nunca, fruto tanto das mãos do capital-imaterial, quanto da atual democratura espalhada por todo o mundo ocidentalizado, nos encontramos exilados: do comum, da partilha, da economia, da experiência, do usufruto da vida. 

Foi por conta dessa imagem, desse jornal, que a GLAC roubou da história da imprensa brasileira a sua figura mais que representativa. Ela é a própria editora. 

#nãotrabalhamaisaqui

O homenzinho de paletó foge do leitor, parece pular as lajes de casas e prédios. Uma fonte em estilo art nouveau que, declaradamente, tira sarro da própria arte. Um adesivo sobre uma capa sem impressão, trazendo dúvidas acerca da realidade de seu conteúdo. Neste design, reúnem-se os textos escritos por artistas ou coletivos de arte que, ou refundam o próprio signo da arte, ou fundam um novo modus operandi de produção junto da sociedade, seja por meio da subversão de suas ideias, seja por meio da contradição de seu meio - o qual tornam aparente. Uma coisa é certa: existe um mundo inteiro para ser apropriado pela arte. Nada falta, tudo se questiona e se reapropria.

#sujeitodrama

Um campo que apresenta a ausência de luz. Apenas isto! O título em uma fonte comum, a falta de subtítulo e o nome de dramaturgue, essa tal de autoria, quem escreve literatura, quem inventa diálogos e narrativas que nos fazem achar que vivemos nossas próprias vidas quando as lemos. São estes elementos, no plano brilhante da capa desses livros, que nós queremos fazer imaginar quando um desses textos os arrematam. São sem paginação e, algumas vezes, até bilíngues. Com isso, deixamos claro que não é a arte que pede um internacionalismo e uma certa confusão, mas é justamente a subversão gerada por ela que nos faz desejar, compartilhar e duvidar do presente, desse agora que não cala.

MATERIALIZAR A IRA DA LÍNGUA

#insígnia

Neste design, o hermetismo de uma palavra que não nos diz nada, ou mesmo de uma sigla que usamos apenas para denominar uma instituição, se transmutam na reunião de um conjunto difuso de grupos que se reúnem em torno de um anonimato de não-autoria. Na verdade, há autoria, mas não há semblante; há origem, mas não há quem criou. Uma fonte serifada, cheia de curvas, dá vida ao nome; uma outra seca, quase reta, dá forma aos títulos; e uma final, pequena, contextualiza o subtítulo, ou mesmo de onde partem esses aglomerados. Todas elas sobrepostas a uma tarja preta que se coloca por cima da imagem de um sujeito em meio à fumaça. Está dito: preparem-se, perigo! Desde já adentramos o imensurável. 

NÃO SE DESEJA UMA IDENTIDADE A NINGUÉM!

#incógnito

Pelo caderno, queremos dizer que a escritura radical sempre encontra o seu meio. Sem distinção entre título e autoria, subtítulo e paratextos, este design apresenta edições de larga pesquisa acerca dos mais variados tipos de textos anônimos difundidos ao redor do mundo. Eles variam de tema: são anticarcerários, antimilitares, anticoloniais, antiglobalistas, etc. Estão contra, pois quase todos eles, por serem fundamentalmente incógnitos, dispensam tradições e métodos, dados e referências. São textos com espírito de juventude, para pessoas sem amarras intelectuais e com vontade de cravar no corpo o conflito das ideias revolucionárias. 

ABAIXO O MUNDO!

Mockups livros e kits para site7.png

#citoyens,gohome!

As coletâneas de textos reunidas por este design, convidam a todas as pessoas que muitas vezes não se identificam com sua época, com este presente que se agarra como um abismo sem fim em nossa consciência, a desertar do cidadanismo. Uma palavra, ou duas, que se expandem para além dos limites do livro; um sujeito que corre para dentro dele; um programa ou uma autoria que se encolhe, tal como a frase que o contextualiza. Assim é este convite: cidadãos, voltem pra casa! Quem fica, realiza a subversão por meio do nomadismo.

OMNIA SUNT COMMUNIA!

#sujeitoinconfessável

Segurar um livro pode parecer prazeroso, mas, no caso dos inconfessáveis, a materialidade das páginas e da capa competem com a densidade dos textos que recebem. Uma lixa que, com o tempo, torna áspera as mãos de quem se deixa levar pelas linhas de uma história de luta e resistência, fazendo do corpo um meio de realização de uma utopia cada vez mais latente e desejada, principalmente nos momentos em que a subalternidade faz calar os gritos de guerra, as canções de trabalho e as articulações de subversão. As barricadas podem e devem ser muitas, suas funções variadas, suas potências díspares, suas articulações comunais, suas visibilidades camufladas, como é o ímpeto da revolta: um dragão-de-komodo armado que dança alegremente!

A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ DEMOCRÁTICA!

#acontecências

Contra a normalidade, um símbolo gráfico geométrico sintetiza uma letra, rodeado pelas informações que indicam o cerne do livro. Esta série ergue da filosofia-política o ato revolucionário de imaginar mundos, de tornar uma experiência em acontecimento. Por isso, será necessário lidar com as contradições, ingenuidades e arrogâncias do desejo comunitário radical. Logo, há de se desesperar os possíveis da impotência.

 

DESESPERAR NOSSA IMPOTÊNCIA

#câmarahermética

Em um fundo difuso, entre uma textura de mármore e a de uma folha xerocada, encontram-se homens brancos, em trajes sociais, correndo desesperados na direção de quem está lendo. Sobre eles um Sol, uma bola perigosa que brilha por meio de lanças afiadas. O vírus trouxe os problemas das construções do Ocidente: sua inaptidão em organizar social e economicamente seus habitantes, assim como cuidar do que foi criado em “seu” próprio mundo. Aguardar a chegada dos, agora perdidos, sujeitos do capitalismo colonialista e necropolítico, e imaginar, com isso, o momento do confronto que vem, a luta que a pandemia nos convoca. Há muito aguardada, essa série traz o conflito de narrativas para além do alcance dos olhos, desejosas pela materialização definitiva dos muitos mundos que habitam nossas imaginações. Livre-se do todo, até que governemos a nós mesmos!

HASTA GOVERNAR A SI MISMO!

#Inegociável

Deveria ser impensável, diante da normalidade capitalista-colonial, que a vida fosse percebida como um excesso pelos governos ocidentais. Que as práticas de engendramento das inversões de mundo em outros mundos, diante do violento e espetacular cotidiano, fossem concebidas como “revolta de minorias” pelas sociedades liberais. Nesta série de livros, tais considerações não se erguem, pelo contrário. Ao invés de serem rechaçadas, elas nem mesmo são levadas em conta. Por isso um mapa feito à mão, ressignificando os símbolos das tecnologias de resistências ancestrais junto das cartografias do passado, um título junto ao subtítulo, na vertical, como uma flecha pronta para o uso, e um homenzinho, símbolo da fugitividade do presente, em horizontalidade com quem escreveu o texto, alguém que experimenta e realiza comunas radicais em autoexílio. A vida não é uma exceção, a separação é que se tornou uma convenção. Por quilombolas insurreições silenciosas, impalpáveis e opacas: uma serpente marinha que espreita o mínimo movimento do continente, o ataca e o envenena com a perda da submissão à terra, à ordem.

UM EXISTIR IMPAGÁVEL

 IDENTIDADE VISUAL 

formato

Compreendemos que estar contra, seja lá o que for, convoca o corpo a estar em trânsito. Pensando nisso, a GLAC elegeu para as suas publicações um formato retangular (19x12 cm), em impressão P&B. Pensamos um tamanho de livro que pudesse ser de bolso, mas que não o é. Um livro que pudesse ser de mesa, mas que não quer fazer de quem o lê um sujeito estático. Já a escolha do preto e branco veio não pelo simples desejo de fazer livros com custos mais baixos, mas porque a dificuldade de realizar um design que dê conta da demanda de infâmia e de solidariedades necessárias nas lutas, entre uma elegância clássica e uma bagaceira mundana, se torna ainda mais difícil sem o uso de cores. 

 

As publicações propostas pela GLAC edições estão organizadas em 9 séries distintas, cada uma com um projeto gráfico próprio, pensado em diálogo com a origem e a situação apresentada por cada texto. A aparente repetição do design em cada uma das séries é contrariada pelas diferentes gradações de cinza aplicadas a cada um dos livros, um lembrete de que a vida é dotada de muitos e diferentes claros e escuros, muitas vezes indecifráveis, mais opacos do que transparentes. 

Por fim, o que temos para dizer com os textos que editamos, assim como com a escolha gráfica que os abraça é: leia com o corpo! E, se for o caso, use estes livros como coquetéis molotov. ​

 

 

 

 

séries

Abaixo, descritas ao nosso modo, estão as séries dos livros que publicamos, uma seleção das melhores subjetividades políticas que pudemos inventar, encontrar e tornar públicas.

Idetidade Visual
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